Autoridades debatem cardiopatias

As dificuldades da população da região da Baixada Santista em tratar os casos de cardiopatia congênita, por falta de estrutura e de equipe adequada, foram o foco principal da audiência realizada na noite do dia 8 de maio, na Câmara Municipal de Santos. Na véspera da audiência pública, mais um bebê morre em decorrência da patologia, que mata um a cada três bebês nascidos na região com esta doença.

Presidida pelo vereador Rui De Rosis, a audiência contou com a presença de diversas autoridades da saúde, entre elas: o Secretário de Saúde de Santos, Fabio Ferraz; a Diretora do Departamento Regional de Saúde da Baixada Santista/ DRS IV, Paula Covas; o Gerente Médico da Central de Regulação Médica do Estado (CROSS), Dr. Domingos Guilherme Nápoli; e o presidente do Conselho Municipal de Saúde de Santos, Luiz Antônio da Silva.

Também estiveram presentes: o Diretor Executivo da AGEM, Hélio Hamilton Vieira; o Diretor Administrativo e Financeiro da Santa Casa de Santos, Augusto Capodicasa; além de representantes do Conselho Federal de Enfermagem, do Conselho Municipal de Saúde de Santos, e da Comissão de Saúde Pública de Santos.

Debateu-se, entre outras questões, a possibilidade de a Santa Casa de Saúde absorver esta demanda, a necessidade da criação de um centro de referência na região, além das dificuldades dos pacientes em conseguirem a transferência necessária para os centros de saúde da Capital.

 

Também foram relatados a falta de vagas em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica na região e o alto índice de mortalidade infantil da Baixada, que tem os maiores números de todo o Estado de São Paulo.

Não se trata de um problema recente. A falta de vagas nas Unidades de Terapia Intensiva na Baixada Santista causou a morte de, pelo menos, cinco bebês que nasceram com cardiopatia congênita e não conseguiram atendimento especializado na região, nos últimos cinco anos.

A Baixada Santista conta com apenas 55 leitos de UTI Neonatal, e nenhuma delas é apropriada para o tratamento cardíaco. “Os dados são alarmantes. Mas é importante lembrarmos que não estamos falando de números ou estatísticas, estamos falando de vidas perdidas, de famílias dilaceradas. Estamos falando de negar o direito à vida a um bebê recém-nascido, por falta de infraestrutura para o tratamento de uma doença que pode ser diagnosticada ainda durante a gestação”, falou emocionado o vereador De Rosis, ao abrir a audiência.

Cardiopatia congênita é qualquer anormalidade no coração de bebê, que se forma nas primeiras 8 semanas de gestação. “É inaceitável que a famílias tenham que ir a São Paulo para ter atendimento adequado. Sem falar nas filas que essas crianças enfrentam para conseguir o tratamento necessário”.

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